domingo, 14 de agosto de 2011

AOS PAIS

ADIVINHA QUANTO EU TE AMO

Era hora de ir para a cama, e o Coelhinho agarrou-se firme nas longas orelhas do Coelho Pai. Ele queria ter certeza de que o Coelho Pai o estava a ouvir. - Adivinha quanto eu te amo? - disse ele. - Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar - respondeu o Coelho Pai. - Tudo isso - disse o Coelhinho, esticando os seus bracinhos o máximo que podia. Só que o Coelho Pai tinha os braços mais compridos. E disse: - E eu te amo tudo isto! Huuum, isso é um bocado, pensou o Coelhinho. - Eu te amo toda a minha altura - disse o Coelhinho. - E eu te amo toda minha altura - disse o Coelho Pai. Puxa, isso é bem alto, pensou o Coelhinho. Eu queria ter os braços compridos assim. Então o Coelhinho teve uma boa ideia. Ele virou-se de ponta cabeça, apoiando as patinhas na árvore. - Eu te amo até as pontas dos dedos de meus pés! - E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés - disse o Coelho Pai balançando o filho no ar. - Eu te amo a altura de meu pulo! - riu o Coelhinho saltando, para lá e para cá. - E eu te amo a altura do meu pulo - riu também o Coelho Pai e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos das árvores. - Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio - gritou o Coelhinho. - Eu te amo até depois do rio até as colinas - disse o Coelho Pai. É uma bela distância, pensou o Coelhinho. Ele estava sonolento demais para continuar pensando. Então ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite. Nada podia ser maior do que o Céu. - Eu te amo até a lua! - disse ele, e fechou os olhos. - Puxa, isso é longe disse o Coelho Pai. Longe mesmo! O Coelho Pai deitou o Coelhinho na sua caminha de folhas. E então inclinou-se para lhe dar um beijo de Boa Noite. Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo: - Eu te amo até a lua... Ida e volta!

Sam McBratney 

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