sábado, 22 de dezembro de 2012


No caminho certo
Escola Estadual Profª  Maria de Lourdes Bezerra destaca-se entre as escolas públicas de Macau-RN

Com 29 anos de serviços prestados ao município de Macau, principalmente aos estudantes dos bairros do Valadão e Porto São Pedro, onde está localizada, a Escola Estadual Professora Maria de Lourdes Bezerra vem consolidando-se nos últimos dez anos como o melhor estabelecimento de ensino da rede pública de Macau.

Enfrentando um quadro desfavorável, como a imensa maioria de escolas públicas estaduais do Rio Grande do Norte, com a falta de investimento - não possui laboratório de informática nem quadra de esporte – a escola vem sedimentando a sua marca de competência na Educação macauense.

Ancorada numa gestão participativa, os resultados vem, a cada ano, numa crescente de rendimento, apresentando os melhores índices de aprendizagem entre todas as escolas públicas do ensino fundamental do município nas avaliações do sistema SAEB.

A participação dos seus alunos nas Olimpíadas de Matemática e de Língua Portuguesa atesta o trabalho da escola. Nas últimas edições das olimpíadas, a Maria de Lourdes, como é chamada pelos alunos, tem se destacado com a participação nas duas disciplinas. Maria José Cavalcante Barbosa, em Língua Portuguesa, foi uma das semifinalistas nacionais na edição 2012, e Gustavo Barbosa do Nascimento tem marcado presença com menções honrosas em Matemática.

A prova deste crescimento é o número de alunos aprovados no IFRN. A Maria de Lourdes também é a escola pública macauense que mais aprovou alunos no IFRN Campus Macau. Cristiana Oliveira, Márcio Silva, Gustavo Nascimento, Gislaydy Cristina e Lucas Oliveira foram aprovados no último concurso para ingressarem no IF em 2013.

Para o diretor professor João Cândido, estes resultados não surpreendem àqueles que conhecem o trabalho desenvolvido na escola. “A escola Maria de Lourdes Bezerra tem um diferencial de qualidade, firmado principalmente em dois fatores. Primeiro, a busca pela qualidade da aprendizagem que os seus professores tem como objetivo. O segundo é a participação dos alunos, que vem se consolidando nos últimos 10 anos. Os resultados não poderiam ser diferentes, mesmo não desfrutando as condições que gostaríamos de ter”.

Márcio Silva, concluinte e um dos aprovados no IFRN Campus Macau, disse que o “Maria de Lourdes nos deu condições de aprender e nos divertir ao mesmo tempo, fazendo com que o aprendizado se tornasse algo prazeroso e divertido. A escola também nos deu ideais e nos fez pensar e ver as coisas de outro modo”.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Viagem ao Mundo Literário


I FEIRA LITERÁRIA

A Escola Estadual Profª Maria de Lourdes Bezerra realizou, nesta sexta-feira 14, sua Feira Literária. O evento foi organizado pela equipe docente do turno matutino, composto pelas professoras Neuza Borja, Wilma Lessa, Cleyde Oliveira, Cleide Sena, Walquíria Oliveira, Fátima Domingos, Lúcia Bezerra, Célia Azevedo, Adriana Olegário, Ana Lygia, coordenadas pelas professoras Alice Martins e Suely Miranda.
O projeto Viagem ao Mundo Literário, desenvolvido pelos alunos das turmas do 1º ao 4º ano matutino, apresentou as produções poéticas dos alunos, atividades realizadas durante o 4º bimestre, os livros de poesia produzidos por cada turma, com recital de poemas e exposição dos textos poéticos no varal de poesia.
Fotos: NazarenoFélix















segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Recursos para a educação

Dilma modifica projeto e promove a vinculação integral dos royalties

Paulo Filizola

O governo federal anunciou nesta sexta-feira, 30, a decisão sobre o projeto que altera as regras de distribuição dos royalties do petróleo. A presidenta da República, Dilma Rousseff, optou por vincular integralmente (municípios, estados e União) os recursos dos royalties à educação em concessões futuras, já a partir do ano que vem. Foi definido também que 50% da receita do Fundo Social do Pré-Sal irá para a educação.

Ao comentar a decisão de Dilma, Mercadante comemorou. “Temos de investir naquilo que vai garantir um desenvolvimento sustentável para o Brasil, quando não tivermos mais essa riqueza”, disse. “Não há futuro melhor do que investir em educação: é o alicerce do desenvolvimento, um legado histórico para as futuras gerações.”

O valor, segundo o ministro, é um acréscimo ao mínimo constitucional exigido. “O município tem de aplicar 25%; os estados, 25% e a União, 18% [das receitas]”, destacou. “Então, a receita do petróleo fica acima dos 25% dos municípios, acima dos 25% dos estados e acima dos 18% da União, ou seja, é um acréscimo da receita efetiva.”

Mercadante disse que tudo o que resultar das receitas do petróleo é para acrescentar ao mínimo constitucional.

A destinação de 100% dos royalties para educação foi uma das modificações que o governo federal promoveu no projeto de lei aprovado no Congresso Nacional. A presidenta editará medida provisória com novas regras de distribuição dos royalties para substituir os dispositivos modificados. A MP será publicada segunda-feira, 3 de dezembro, no Diário Oficial da União.

Veto — A presidenta vetou integralmente o artigo 3º do projeto, que diminuía a parcela de royalties e a participação especial dos contratos em vigor destinada a estados e municípios produtores de petróleo. Com o veto, fica mantida a distribuição dos recursos a estados e municípios produtores dos campos atualmente em exploração.

No caso dos futuros campos, vale o que estabelece o projeto aprovado pelo Congresso. Assim, em 2013, os estados produtores terão reduzida a arrecadação de 26,25% para 20%. No caso dos municípios, a arrecadação cairá de 26,25% para 15%. A partir da vigência da nova lei, estados e municípios que não têm atividade petrolífera terão direito a uma parcela da arrecadação.

Os royalties são tributos pagos ao governo federal pelas empresas que exploram petróleo, como forma de compensação por possíveis danos ambientais causados pela extração. Participação especial é a reparação pela exploração de grandes campos de extração, como a camada pré-sal.

Fonte: Portal do MEC

domingo, 18 de novembro de 2012


Federalização da Educação básica volta a ser discutida

Na próxima quarta-feira (21), a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) dará continuidade ao ciclo de audiências públicas sobre o tema Educação e Federalismo. O objetivo da discussão é averiguar se a responsabilidade pela educação básica deve ser do governo federal. Atualmente, a obrigação é dos municípios.

Na sexta audiência do ciclo, foram convidados a expressar sua opinião sobre o tema o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira; a educadora Guiomar Namo de Mello; e o cientista político Fernando Abrúcio.

O ciclo de audiências é uma iniciativa dos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). A reunião terá início às 10h, na sala 15 da Ala Senador Alexandre Costa.

A audiência será transmitida pelo site da TV Senado (www.senado.leg.br/tv) e pelo site do Instituto Legislativo Brasileiro (www.senado.leg.br/sf/senado/ilb). Perguntas podem ser enviadas aos convidados, no dia da reunião, por meio do Alô Senado, pelo telefone (0800 61 22 11), por formulário disponível no site (www.senado.leg.br/alosenado) ou pelas redes sociais (facebook.com/alosenadofederal ou twitter.com/AloSenado).

Fonte: Agência Senado
Você faz parte desse todo. 

Participe.


terça-feira, 13 de novembro de 2012


Alfabetização - Pacto prevê oferta de cursos de formação para 360 mil professores

O governo federal vai investir R$ 2,7 bilhões até 2014 na formação dos professores de classes de alfabetização em escolas públicas. A 360 mil alfabetizadores em todo o país serão concedidas bolsas para cursos de formação. Além disso, o governo oferecerá prêmios em dinheiro a professores e escolas que obtiverem os melhores resultados.

Os recursos se estenderão à compra de livros didáticos e de literatura e à avaliação do aprendizado das crianças nos três primeiros anos do ensino fundamental.

Essas iniciativas fazem parte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), tema do programa de rádio Café com a Presidenta desta segunda-feira, 12, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). “Nosso objetivo é fazer com que todas as crianças do nosso país, sem exceção, sejam alfabetizadas até os oito anos de idade”, disse a presidenta da República, Dilma Rousseff. “Isso quer dizer que, com essa idade, toda criança vai ter de saber ler, escrever, interpretar um texto simples e, também, somar e subtrair e ter noções de multiplicar e dividir.”

Segundo a presidenta, 15% das crianças com oito anos de idade não conseguem interpretar um texto ou fazer as contas básicas. “Por causa dessa dificuldade, elas não conseguem aprender as outras matérias ensinadas nos anos seguintes, e muitas são reprovadas; algumas até abandonam a escola”, afirmou.

pacto pela alfabetização na idade certa foi lançado pela presidenta na quinta-feira, 8, em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

Dilma ressaltou ainda que o aprendizado será avaliado. “Todos os anos, as crianças do segundo e terceiro anos do ensino fundamental vão fazer uma prova, que vai verificar se elas realmente estão aprendendo”, afirmou. “Se a prova mostrar que alguma criança está ficando para trás, ainda haverá tempo de ajudar essa criança a aprender na idade certa.”

O objetivo de todo o esforço do governo federal com o pacto, segundo a presidenta, é atrair para a alfabetização os melhores professores das escolas públicas. “Vamos premiar os melhores resultados”, salientou. “Já reservamos R$ 500 milhões para essa premiação, pois achamos que o Brasil deve reconhecer e valorizar as melhores práticas educacionais, os melhores professores e as escolas mais bem-sucedidas.”

Fonte: MEC

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Museu José Elviro - 60 anos de resistência*
Por Alex Gurgel
João de Aquino - Patrimônio da história macauense
 Foto: autor desconhecido

Foto Alex Gurgel
Várias âncoras antigas em estado avançado de ferrugem em meio às louças pertencentes às famílias da região, dezenas de oratórios, fósseis milenares, ferros de escravos e materiais diversos que o senhor João de Aquino colecionava, estão amontoados num grande galpão, que abriga o Museu José Elviro, o único museu vivo de Macau, com visitação diária.

Parte da história macauense está entranhada no Museu José Elviro. Entre as raridades que estão expostas é possível destacar a Pia Batismal, em estilo barroco, onde foram batizados a Baronesa de Serra Branca e monsenhor Joaquim Honório da Silva; objetos de arte sacra do século XVII com pintura original; pedestal da Santa Cruz, que o português Manoel Gonçalves chantou em terra brasileira.


Gilson Barbosa
Foto: Alex Gurgel
Atualmente, o Museu José Elviro é cuidado por Gilson Barbosa de Lima, funcionário da prefeitura cedido para o museu, desde 1996. Conforme Gilson, o interesse de João de Aquino em colecionar objetos de cunho histórico surgiu quando alguém o presenteou com uma antiga imagem de Sant’Ana (a primeira peça do museu), em 1936. “Atualmente, o Museu tem em seu acervo cerca de 6 mil peças”, afirmou Gilson.


Além de moedas e selos do tempo do Brasil Imperial, o Museu José Elviro guarda preciosos documentos da Guerra do Paraguai, mais de 100 objetos pessoais que pertenceram ao monsenhor Honório e uma cadeira quase intacta do 1º Juiz de Paz de Macau. Tudo isso está catalogado desde 1998, quando a Fundação José Augusto enviou uma equipe para fazer o levantamento das peças.


Entre as relíquias do museu, há objetos que contam a história do município, como o pelourinho onde os escravos que tentavam fugir eram acorrentados, as próprias correntes usadas pelos escravos,  a ata da primeira sessão da Câmara Municipal de Macau, datada de 18 de outubro de 1947, instalada pelo senhor Jerônimo Pereira de Macedo, além de um grande livro contendo uma coleção com mais de 10 mil selos nacionais e estrangeiros.


Caminhar pelo grande galpão é conhecer a história de Macau e parte da história do Rio Grande do Norte, que há mais de 50 anos o sonho de João de Aquino cultivou e transformou em museu o acervo que juntou e reuniu nessa precária edificação no centro de Macau, sede da antiga Companhia de Navegação, localizado na Rua Augusto Severo.


(*) Texto publicado originalmente no blog Macau em dia em 12/09/2010.

terça-feira, 30 de outubro de 2012


ESTUDANTE MACAUENSE É SEMIFINALISTA 
NA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE LÍNGUA PORTUGUESA
                                                                                                                  Foto: Nazareno Félix

Maria José Cavalcante Barbosa Cavalcante, 14 anos, aluna do 9º ano I da Escola Estadual Professora Maria de Lourdes Bezerra, em Macau-RN, é uma das finalistas da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa das escolas públicas, na categoria Crônica.
                                                                                                                  Foto: Nazareno Félix
Com a crônica Poluição Eleitoral, que trata da rotina barulhenta em épocas de eleição municipal, Maria José obteve a classificação nas etapas iniciais do concurso, tornando-se uma das duas únicas semifinalistas do Rio Grande do Norte.

                                                                                                                    Foto: Jenilson Lima

UFRN - Formação Continuada














segunda-feira, 29 de outubro de 2012

sábado, 27 de outubro de 2012

Continuando



Continuar? Continuar o quê?

Moral, Direito, Ciência e Religião
Jônathas Silveira

Apesar de considerar o aborto uma ação moralmente reprovável, acredito que quando falamos em interrupção terapêutica da gravidez em caso do anencéfalo, estupro, gravidez de risco estamos diante de outros quinhentos muito distantes de 1500. Nesses casos, como o centro de gravidade da questão se transfere para a mãe em sua ontologia biológica, - seu direito à vida e sua dignidade de ser humano - acredito que os julgamentos morais são intempestivos e, portanto, inócuos. É a lei da vida: antes de dever ser, precisamos ser, existir, viver no sentido biológico da coisa.

Para analisar a questão numa perspectiva jurídico-filosófica, como acadêmico de Direito picado pelo mosquito da dengue verborrágica, não posso deixar de citar um pedaço da obra do historiador inglês Henry Thomas Buckle (1821- 1862), transcrevendo as palavras do jurisconsulto espanhol Sempere y Guarinos. Nele, vemos como era o direito Português à época da hegemonia da Igreja Católica, no tempo em que o Brasil foi invadido pela Lusitânia: "Los querellantes lesionados por la sentencia de un juez, podian quejarse a los bispos, y estos avocar a si las pendencias, reformarlas y castigar a los magistrados".

Como é de se observar, o direito canônico, que prezava pelo suplício do corpo, os ascetismo, hoje em dia, é coisa de livro de história. A moral religiosa na sociedade pós-moderna já não contemporiza com as liberdades e garantias que, há muito, a civilização ocidental vem conquistando. As bases de sustentação do discurso jurídico ocidental contemporâneo, sem dúvidas, passaram dessa fase. Há quem diga até que vivemos uma pós-metafísica, como queria a profecia do anticristo , ou melhor de Nietzsche.

Na minha formação pessoal, a religião teve, e tem, papel fundamental. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêm”. Sou humano demais para me desvincular desse alicerce. Creio e amo a Deus, mas não posso deixar que a minha fé destrua a vida do próximo. Não é esse o cerne da filosofia cristã: amai ao próximo como a ti mesmo? A infração do princípio sacrossanto do amor ao próximo faria de mim o maior dos heréticos (se o direito canônico fosse interpretado dentro de padrões hermenêuticos lógico-jurídicos não sobraria um padre para contar a história). O amor ao próximo, por sua vez, pressupõe o respeito ao seu livre arbítrio.

Assim sendo, como podemos dizer que amamos as nossas mulheres se queremos privá-las de suas liberdades fundamentais?

Já dizia o cantor: “O amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade. Sofro, mas eu vou te libertar. Infinita é tua beleza. Como podes ficar presa que nem santa no altar?”. E fecha com chave de ouro: “ O que é que eu quero se eu te privo do que eu mais venero (....)?"

Não vou nem dizer quem era esse cantor. Citar dois anticristos na mesma carta é critério para excomunhão.

Jônathas Silveira, macauense, é acadêmico de Direito.

sábado, 20 de outubro de 2012


O JANTAR PEDAGÓGICO
Ao mestre com carinho...

A luta de um grupo de professores da rede pública municipal de Macau por melhores condições de trabalho e valorização transformou-se num marco da história da Educação do nosso município nestes últimos oito anos.
Organizados e representados pelo SINTE-RN/Regional de Macau, os profissionais do magistério realizaram em 9 de setembro de 2011 um dos maiores atos de protesto contra uma administração do município.
Vestidos com camisetas pretas, lutando pelo respeito e valorização, os professores e professoras levaram ao conhecimento do público que assistia ao desfile o quadro de descaso da administração de Macau para com a Educação.
Hoje, com exceção das pinturas nas escolas, quase nada mudou desde aquele desfile: a estrutura da rede física continua a mesma de 30, 40 anos. O concurso público para preenchimento de vagas na educação continua prometido, o prefeito foge da expressão “valorização do professor” como o diabo foge da cruz. E mais alarmante para a categoria e para a educação é que esta continua sendo perspectiva para a administração que começa a partir de 1º de janeiro de 2013.
Para a alegria deles, prefeito, e desonra nossa, entretanto, pão e circo não tem faltado.
Nos últimos vinte anos, os sabidos prefeitos e seus sabidos secretários de Educação descobriram uma forma quase perfeita, semelhante àquela utilizado na Roma antiga, para “valorizar e reconhecer” a importância da Educação e dos seus profissionais para o desenvolvimento do município: o “jantar dos professores”.
Ontem, sexta 19, enquanto o cantor cantava para o professor dançar, os animadores do evento se esbaldaram em mensagens belíssimas de encorajamento. Os brindes não chegam a todos, mas a imensa maioria sente-se realizada quando um(a) colega acerta os versos de uma música e ganha o prêmio...A cerveja, em lata - fato importante para se compreender tamanha anestesia - é gratuita e sobra.
Este jantar é um recorte perfeito da Educação e vem revelar o porquê dos péssimos e vergonhosos índices nas últimas avaliações oficiais do MEC.
E se a categoria se contenta com migalhas, não percebendo o que está acontecendo à sua volta? E se não faz uma reflexão sobre a importância do seu compromisso, da necessidade de ver a educação como um ato político de formação das gerações de alunos que “passam pelas suas mãos”?
E se a categoria não consegue enxergar a situação de desvalorização e de descaso da administração, o que se pode se esperar?
O pedagógico jantar.
E o patético espetáculo chega ao fim.

P.S: a cerveja foi em lata. Se fosse em garrafa talvez algum professor tivesse se lembrado que o prefeito disse em 2011 que “ia massacrar o professor como se faz  com uma tampinha de garrafa”.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


Comemorar o quê?

A cada ano o calendário, em nosso país, marca o dia de hoje, 15 de outubro, como aquele dedicado aos seus mestres. Que mestre é este que não é ouvido nos seus mais íntimos e legítimos anseios?
O que comemorar neste dia?
Os discursos fáceis? As promessas repetidas? O desrespeito? A desvalorização? A aposentadoria precoce? A queda assustadora da qualidade de vida? O desencanto? A falta de perspectiva?
A falta de uma política pública para a Educação por parte do gestor municipal?
A covardia de colegas de profissão que se omitem?
Isto e mais um pouco compõe o retrato lastimável do profissional da educação no Brasil. Este é o quadro vergonhoso do professor de Macau.
O que comemorar?
Nosso Compromisso.
O compromisso que temos, todos os dias, de sair de casa e enfrentar e fazer funcionar aos trancos e barrancos as nossas bem pintadas e abandonadas escolas.
O compromisso, por cima de pau e pedra, de preparar nossa aula nos finais de semana, à meia-noite, nos feriados, enquanto, mães de família e donas de casa, nos preocupamos com nossos deveres de mãe ou pai, e nossa responsabilidade com o nosso aluno.
Comemorar o instante mágico em que o nosso aluno, com a nossa ajuda, verbaliza sua primeira leitura numa oralidade que nos emociona.
Comemorar, ainda, os companheiros que na nossa entidade sindical, nos representam com denodo, coerência e compromisso na luta pelos nossos direitos.
Lembrar-se dos companheiros que estiveram nesta luta conosco e que hoje estão na nossa lembrança...
Comemorar a crença da comunidade no Dia do Professor...
Comemorar, a partir de todos os compromissos que temos com o estudante macauense, a crença que ainda temos em nós mesmo de querer e poder mudar para melhor a vida da comunidade e a nossa própria vida.
No dia do professor, “Você pode até dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único. Eu espero o dia, colega professor, em que você se juntará a nós”...
Então teremos,  juntos, mais o que comemorar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Homenagem


Àquela criança


A criança que fui sonhava com um mundo bem diferente deste em que me encontro hoje. Não poderia ser diferente. Com as minhas certezas de então, creio que os meus sonhos eram os mesmos de toda e qualquer criança em qualquer tempo.
Comer, tomar banho? Nem pensar.
Apenas brincar. Brincar, brincar, brincar o tempo todo. Apenas a fome, quando insuportável, ganhava importância. Era eu o herói de aventuras de mundos imaginários, e perfeitos, ali mesmo nas calçadas da minha rua.
Um pedaço de pau, um cabo de panela, uma escova de dente, um frasco de perfume, um cabo de vassoura, uma lata redonda que servia para a minha roladeira, os pedaços de borrachas das câmaras de ar com um gancho de algaroba transformavam-se em baladeiras, as tradicionais brincadeiras no chão de lama salitrada das nossas ruas - bandeirinha, garrafão, sete pecados - ou as folhas de um jornal velho que, dobradas, me tornava um destemido soldado.
Barroca, com bilocas que crianças de outras regiões chamam de bolinhas de gude, a imprescindível mancha de tropa (esta servia como desculpa para darmos voltas por outras ruas próximas das nossas). Uma meia, muitas vezes surrupiada do irmão mais velho ou de papai, cheia de retalhos de tecidos, e tínhamos então a nossa Bola, nosso bolão.
Em minhas mãos, entre tantos outros equipamentos, os brinquedos se transformavam nos poderosos e infalíveis instrumentos das minhas aventuras. Num cavalo de pau eu empreendia minha luta numa batalha que vencia sempre. Adormecia certo de que aquela havia sido uma vitória importante...
 As grandes e inimagináveis batalhas só perdiam em importância quando, acabado os sonhos daquele dia, mamãe anunciava a hora de dormir. Apenas a voz firme de mamãe e o banho antes de dormir metia medo...
A alta tecnologia não havia ainda chegado às nossas casas, nem às nossas mãos. Era o artesão perfeito dos equipamentos necessários para as minhas aventuras. Não ouvíamos clic nem conseguíamos imaginar o enter dos dias de hoje...
Meus sonhos de então eram construídos – sem eu saber – para uma rua, uma cidade, um país, um mundo em que a todos fosse reconhecido o direito do necessário para uma vida digna.
Herói-criança, nas minhas aventuras lutava contra a fome, a guerra, o abandono, o preconceito, a desigualdade, entre tantos outros conceitos criados pelo homem para nominar a parte pior dos seus instintos, todos grandes inimigos da humanidade.
E, como se ainda estivesse sonhando, minha memória me traz o instante em que um dia, ao acordar, vi embaixo da minha rede um carrinho de plástico que meu Herói trouxera da feira no dia 11, verde com rodinhas vermelhas. Simples e inesquecível.
Ainda não sabia de certo Cavaleiro da Triste Figura...
Hoje, ainda sonho com a criança que fui e felizmente alimento os mesmos sonhos. Sou grato àquela criança.

Manoel Nazareno Félix da Silva


terça-feira, 2 de outubro de 2012


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: RIR PARA NÃO CHORAR?
Marcos Bagno


Enquanto prossegue a longa greve dos professores das universidades federais (uma enorme decepção para os que pensávamos que os governos populares fariam esforços para corrigir 500 anos de descaso no campo da educação), procuro entender de que modo certos hábitos refletem o elitismo que sempre tem caracterizado o nosso acesso à cultura letrada. Com irritante frequência, alguém publica nas redes sociais fotos de placas, letreiros, catazes etc. contendo erros de ortografia. Logo essas fotos são compartilhadas por milhares de pessoas, acompanhadas de comentários do tipo “pobre português”, “vamos salvar nossa língua”, “onde está nossa educação?” e outras bobagens da mesma ordem. Mas esses comentários são os menos numerosos: os que de fato dominam essas postagens são do gênero “rs”, uhahuahua” ou “kkkkk”, quando não o estúpido “lol”, que só faz sentido para os falantes de inglês.

O elitismo dessas postagens e os seus comentários é evidente porque ignora solenemente alguns fatos óbvios e trágicos. O primeiro deles é que essas placas e letreiros são produzidas por pessoas com baixíssima escolarização e, portanto, pertencentes às camadas sociais mais desprestigiadas da nossa população, que ainda são maioria num país que, apesar de alguns avanços, apresenta índices escandalosos de desigualdade econômica. Ninguém que escreveu esses letreiros estava querendo errar de propósito para provocar risos: estava simplesmente tentando acertar, usando o pouco que sabe da ortografia oficial para anunciar algum serviço ou vender algum bem. O segundo fato é que há dez anos consecutivos, os índices de letramento dos brasileiros permanecem horrorosamente os mesmos: apenas 25% da nossa população entre 14 e 65 anos é capaz de ler e assimilar um texto de complexidade mediana e de realizar cálculos matemáticos mais complexos. Vendo pelo outro ângulo, 75% dos brasileiros são analfabetos plenos ou analfabetos funcionais, o que dá quase 150 milhões de pessoas, um número superior à população inteira do México, por exemplo, ou igual à soma das populações da França e da Alemanha.

Também se percebe esse elitismo no fato de que as mesmas pessoas que se divertem com os erros dos analfabetos funcionais emitem seus comentários cometendo erros tão ou mais graves que os de seus compatriotas pouco letrados. Ou seja: o erro é sempre do outro, o do que está abaixo na escala social.

A educação brasileira é uma grande farsa. E 90 por cento da nossa educação superior, pelo menos aquela que deveria formar educadores, é uma imensa picaretagem. Falo de dentro do sistema, por isso não posso ser acusado de não conhecer as entranhas do monstro. Pessoas saem diplomadas a rodo, por exemplo, como professores de língua(s) sem a mais remota condição de ensinar, já que seu conhecimento é ralo e raso. Em qualquer país decente jamais receberiam um diploma.

E a coisa prossegue na pós-graduação. Senão, vejamos: “Para esse estudioso, a partir do momento em que a língua se torna posse de todos, foge do controle daqueles que a cria. Todavia, Saussure alerta que a unidade linguística pode ser destruída quando um idioma natural sobre a influência de uma língua literária, que ocorre sempre que o povo alcança certo grau de civilização”. Isso era para ser uma tese de doutorado. Por que rir de quem escreve “A Flor do Zinco” por “afrodisíaco”, sendo semianalfabeto, e não chorar diante de uma “tese” produzida por alguém que se diz docente de língua portuguesa?

FALAR BRASILEIRO
Caros Amigo, setembro 2012, p. 6

domingo, 5 de agosto de 2012

Gabriel, um herói de Macau


Gabriel Andrade Jr., 27, artista plástico macauense, participa neste dia 11 de agosto, na 8ª Edição da Feira do Livro de Mossoró.

Gabriel Andrade Jr. nasceu em Macau, filho dos professores Gabriel Andrade da Silva e Maria Aldivete Rodrigues.

Antes de enveredar no desenho, entrou na UFRN para estudar Economia. Largou o curso e entrou na faculdade de Música. Deixou  os cursos pelo caminho e começou a trabalhar como designer, ilustrador e músico.

As artes plásticas, entretanto, foi o que buscava como realização profissional. Gabriel é hoje um dos melhores desenhistas do mundo. Tem trabalhos publicados nas principais HQ norte-americanas, publicados por editoras do porte da Dark Horse (Aliens), Atlantic Studios, Boom! Studios (Die Hard), Sea Lion Books (The Alchemist). É agenciado pela Impacto quadrinhos. Atualmente é artista exclusivo da Avatar Press (Lady Death e Ferals) e conta com um videolog semanal onde dá dicas para desenhistas iniciantes.




SERVIÇO
Feira do Livro de Mossoró 2012/ 8ª Edição
Oficina de Desenho - "Construindo uma ilustração dinâmica", por Gabriel Andrade
Data: 11/08/2012
Hora: 14h30min às 16h30min
Local Sala jorge Amado

Mesa Redonda -  "Heróis e anti-heróis"
Gabriel Andrade, Geraldo Borges e Milena Azevedo
Data: 11/08/2012 // Hora: 17h às 18h30min
Local: Palco do Pavilhão